quarta-feira, 22 de novembro de 2017



Filosofia da Linguagem[1]

Como o próprio nome expressa, trata-se do campo de reflexão filosófica sobre a linguagem. Isso quer dizer que sua preocupação não é a mesma da lingüística, pois sua investigação mantém certos vínculos com outras áreas filosóficas, principalmente com a metafísica, a lógica e a epistemologia. Assim, ocupa-se das relações da linguagem com o pensamento, com o conhecimento da verdade e com o mundo.
Exemplos de questões abordadas pela filosofia da linguagem.
O que é significado? O que é signo? O que é uma palavra? Qual é a função da linguagem? Qual é a origem das línguas? Como a linguagem se relaciona com  o mundo? Qual é a relação entre as relações entre as palavras e as coisas? O que é um enunciado verdadeiro? Questões Filosóficas: O que é a linguagem? Como funciona a linguagem? Somos seres naturalmente lingüística? Como se originaram as línguas? Qual é a relação entre as palavras e as coisas?

O Poder da Linguagem[2]
“Basta pensar nas infinitas oportunidades que uma pessoa, um grupo, um pais mudaram de direção e alteraram sua história porque alguém disse o que disse. Da mesma, maneira, reconhecemos que a história (individual ou coletiva) poderia ter sido muito diferente do que foi se alguém tivesse se calado, se não dito o que disse”. (ECHEVERRIA, O Ontología del Lenguaje, p 35; Tradução: COTRIM, Gilberto, FERNANDES, Mirna).
Origem das línguas
Uma das questões mais antigas a respeito da linguagem refere-se a como e quando surgiram as Línguas.
Língua Adâmica
De acordo com a tradição religiosa judaico-cristã, a capacidade de nomear as coisas teria sido conferida a Deus aos seres humanos por intermédio de Adão. Assim, no início dos tempos, haveria apenas uma língua, que todos falavam e por meio da qual se entendiam.
No entanto, conforme a narrativa bíblica, certo dia os homens decidiram construir uma torre tão alta que tocasse o céu, a chamada Torre de Babel. Deus não gostou da prepotência humana e os castigou duramente; de repente, ninguém conseguia mais entender o que o outro dizia. A confusão gerada foi tão grande que a construção de torre teve que ser interrompida, e seus construtores dispensaram-se pelo mundo. Desse modo teria surgido a diversidade dos povos e das línguas (cf, Gênesis, 11. 1-9).
A explicação bíblica é, portanto, a de que todas as línguas teriam surgido de uma só. Trata-se da chamada língua adâmica. A maioria dos lingüistas não acredita na hipótese de que todas as línguas possam ter derivado de uma única fonte, embora grande parte de seus estudos aponte para origens comuns entre diversas línguas.
Grito da Natureza
Outra hipótese conhecida sobre a origem das línguas, mais ao agrado do pensamento cientifico moderno, foi formulada pelo filósofo suíço Jean Jacques Rousseau (1712-1778), inicialmente no “Discurso sobra a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”e, depois, no “Ensaio sobre a origem das línguas”. Para Rousseau, a primeira forma de linguagem dos seres humanos foi o que ele denominou grito de natureza, usado pelos primeiros humanos em situações de grande perigo ou de muita dor física.
O aumento do contato entre os seres humanos pré-históricos teria suscitado a necessidade de exprimir outros sentimentos. Eles buscam, então, sinais e gestos mais diversificados para expressa-los e multiplicaram as inflexões de voz. Desse modo, a expressão lingüística entre os diversos grupos humanos teria evoluído gradualmente, até constituir formas mais complexas e abstratas de comunicação e da origem as diversas línguas.


[1] CONTRIM, Gilberlto, FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. ed. Saraiva. São Paulo. 2010. pg. 86.

[2] CONTRIM, Gilberlto, FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. ed. Saraiva. São Paulo. 2010. pg. 135.

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