Filosofia da Linguagem[1]
Como
o próprio nome expressa, trata-se do campo de reflexão filosófica sobre a
linguagem. Isso quer dizer que sua preocupação não é a mesma da lingüística,
pois sua investigação mantém certos vínculos com outras áreas filosóficas, principalmente
com a metafísica, a lógica e a epistemologia. Assim, ocupa-se das relações da
linguagem com o pensamento, com o conhecimento da verdade e com o mundo.
Exemplos de questões abordadas pela
filosofia da linguagem.
O
que é significado? O que é signo? O que é uma palavra? Qual é a função da
linguagem? Qual é a origem das línguas? Como a linguagem se relaciona com o mundo? Qual é a relação entre as relações
entre as palavras e as coisas? O que é um enunciado verdadeiro? Questões
Filosóficas: O que é a linguagem? Como funciona a linguagem? Somos seres
naturalmente lingüística? Como se originaram as línguas? Qual é a relação entre
as palavras e as coisas?
O Poder da Linguagem[2]
“Basta
pensar nas infinitas oportunidades que uma pessoa, um grupo, um pais mudaram de
direção e alteraram sua história porque alguém disse o que disse. Da mesma,
maneira, reconhecemos que a história (individual ou coletiva) poderia ter sido
muito diferente do que foi se alguém tivesse se calado, se não dito o que disse”.
(ECHEVERRIA, O Ontología del Lenguaje, p 35; Tradução: COTRIM, Gilberto, FERNANDES,
Mirna).
Origem das línguas
Uma das questões mais antigas
a respeito da linguagem refere-se a como e quando surgiram as Línguas.
Língua Adâmica
De
acordo com a tradição religiosa judaico-cristã, a capacidade de nomear as
coisas teria sido conferida a Deus aos seres humanos por intermédio de Adão.
Assim, no início dos tempos, haveria apenas uma língua, que todos falavam e por
meio da qual se entendiam.
No
entanto, conforme a narrativa bíblica, certo dia os homens decidiram construir
uma torre tão alta que tocasse o céu, a chamada Torre de Babel. Deus não gostou
da prepotência humana e os castigou duramente; de repente, ninguém conseguia
mais entender o que o outro dizia. A confusão gerada foi tão grande que a
construção de torre teve que ser interrompida, e seus construtores
dispensaram-se pelo mundo. Desse modo teria surgido a diversidade dos povos e
das línguas (cf, Gênesis, 11. 1-9).
A
explicação bíblica é, portanto, a de que todas as línguas teriam surgido de uma
só. Trata-se da chamada língua adâmica. A maioria dos lingüistas não acredita
na hipótese de que todas as línguas possam ter derivado de uma única fonte,
embora grande parte de seus estudos aponte para origens comuns entre diversas
línguas.
Grito da Natureza
Outra hipótese conhecida sobre a origem das línguas,
mais ao agrado do pensamento cientifico moderno, foi formulada pelo filósofo
suíço Jean Jacques Rousseau (1712-1778), inicialmente no “Discurso sobra a
origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”e, depois, no “Ensaio
sobre a origem das línguas”. Para Rousseau, a primeira forma de linguagem dos
seres humanos foi o que ele denominou grito
de natureza, usado pelos primeiros humanos em situações de grande
perigo ou de muita dor física.
O
aumento do contato entre os seres humanos pré-históricos teria suscitado a
necessidade de exprimir outros sentimentos. Eles buscam, então, sinais e gestos
mais diversificados para expressa-los e multiplicaram as inflexões de voz.
Desse modo, a expressão lingüística entre os diversos grupos humanos teria
evoluído gradualmente, até constituir formas mais complexas e abstratas de
comunicação e da origem as diversas línguas.
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