10 anos a
mil: como as mudanças estão acontecendo em um ritmo cada vez mais veloz
“Muitas vezes não percebemos, mas um simples olhar
a meros dez anos atrás nos mostra que o mundo de hoje mudou tanto quanto nos 20
ou 30 anos anteriores a estes dez anos.” Por Cezar Taurion
Como atividade profissional, tenho muitos contatos
com executivos, tanto de TI como das áreas de negócio. Também leio muito sobre
inovações e os impactos das Tecnologias da Informação nas empresas. E observei
um fenômeno: as mudanças estão ocorrendo em todos os setores de negócio e em
ritmo cada vez mais acelerado.
Muitas vezes não percebemos, mas um simples olhar a
meros dez anos atrás nos mostra que o mundo de hoje mudou tanto quanto nos 20
ou 30 anos anteriores a estes dez anos. E nos próximos dez as mudanças serão
equivalentes aos últimos 50 anos. Impressionante, mas este ritmo alucinante
está sobre nós.
Um exemplo, em setembro de 2011 quando estava vendo
os documentários da televisão que abordavam o fatídico setembro de 2001 e o
atentado às Torres Gêmeas, em New York, , lembrei que o nosso dia a dia de
hoje, com iPod, iPhone e iPad não existia em 2001. O Youtube, o Facebook e o
Twitter também não. O Google era apenas um ilustre desconhecido e novo buscador
que poucos conheciam.
Estamos entrando em uma era de crescimento
acelerado em inovações tecnológicas. Os efeitos transformacionais destas
inovações são impactantes. Por exemplo, à medida que as fontes mais antigas e
tradicionais de crescimento econômico, baseadas na sociedade industrial, vão
diminuindo, as perspectivas de dinamismo e prosperidade dependerão muito mais
do empreendedorismo que explore e estenda as fronteiras tecnológicas.
Surge uma questão paradoxal: para sustentar o
progresso da sociedade precisamos por fim ao velho e dar espaço e estar aberto
ao novo. Na verdade, é constatação prática formulada por Joseph Schumpeter em
seu conceito de destruição criativa. Suas ideias estão perfeitamente alinhadas
com o momento atual. Estamos diante de um cenário onde as fronteiras da
inovação tecnológica e social estão sendo cada vez mais ampliadas. As inovações
tecnológicas estão aí, palpáveis e produzem quase que diariamente novas ideias
e paradigmas. A rápida disseminação, em âmbito mundial de mídias sociais e
dispositivos móveis estimula a tomada de decisões descentralizadas, porém mais
engajadas e conectadas. Estas mudanças afetam todas as empresas. Seus modelos
organizacionais e de gestão devem ser repensados. Até as empresas mais bem
estabelecidas, para terem chance de sucesso neste novo mundo, precisam estar
plenamente dispostas a envolver-se em destruição criativa e reinventar-se de
cima a baixo.
Inovação
sempre existiu no mundo. Se um indivíduo que vivesse na Terra na virada do
século XIX para o XX viajasse pelo tempo e caísse de supetão em 1950 ficaria
espantado com as tecnologias à sua volta. Em vez de carruagens puxadas por
cavalos veria ruas e estradas apinhadas de carros, caminhões e ônibus. Veria imensos
edifícios de dezenas de andares e pontes gigantescas em rios e baías que
permitiam seu cruzamento onde antes eram necessários barcos para atravessar de
um lado para o outro. Aviões levando centenas de passageiros de um continente o
outro em horas e não longos dias. E em casa veria maravilhas como aparelhos de
TV, refrigeradores, máquinas de lavar roupa, e assim por diante. Supermercados
ao invés de pequenos mercadinhos e doenças que antes eram fatais evitadas com
simples injeções ou comprimidos.
O que
temos de diferente hoje são os meios de comunicação e colaboração e a
velocidade com que as inovações aparecem. O conhecimento é um recurso infinito
e dinâmico, gerado e potencializado pelas atividades de colaboração, sejam
estas internas ou externas à empresa. Conhecimento e informação são diferentes.
Conhecimento é uma informação validada e aplicada em algo prático. Conhecimento
não é pré-existente. Ele é gerado quando equipes de trabalho se engajam em um
problema e geram uma solução. E ao contrário de um bem físico, o conhecimento
aumenta de valor quando é usado, compartilhado e incrementado por novas
interações. E colaboração é a base para tornar o conhecimento vivo. A troca de
informações entre pessoas leva à inovação e à geração de novas ideias. Inovação
não floresce em um ambiente isolado e fechado!
O
resultado destas rápidas transformações e inovações se refletem em números como
o tempo médio de uma empresa no S&P 500, que em 1935 era de 90 anos, depois
passou para apenas 30 anos em 1975, e meros 15 anos em 2005.
Temos que
nos acostumar com a velocidade que a Internet cria e destrói negócios no mundo
cada vez mais digital. Isso nos faz pensar. Será que sucessos como o Google e o
Facebook estarão entre nós daqui a meros dez anos? Há décadas as gerações
viviam mais ou menos de forma similar. Hoje, em poucos anos as mudanças
tecnológicas afetam a maneira de ser e pensar de uma geração para outra. E as
empresas tecnológicas que fazem sucesso em uma, não necessariamente sobrevivem
aos desejos e expectativas da outra geração. Entre 1994 e 2001 as empresas
lideres no mundo da Internet eram Yahoo, Netscape e AOL. O Google estava
nascendo. Hoje estas pioneiras são simples sombra do que foram. A partir de
2005 as mídias sociais começaram a ser o foco de atenção da Internet e vimos
surgirem empresas como Twitter e Facebook. As empresas da geração anterior não
conseguiram se adaptar ao mundo da Internet social, como o exemplo do próprio
Google que não conseguiu chegar perto do sucesso do Facebook com suas iniciativas
próprias como Orkut e Google+. E agora vemos a era da mobilidade e com ela
novos negócios surgindo a uma velocidade tal que empresas de sucesso de poucos
anos atrás como o Facebook estão tendo dificuldades de acompanhar. O
impressionante é que tudo isto aconteceu em pouco mais de uma década.
Portanto,
novos tempos, novas maneiras de pensar. Talvez estejamos às portas de uma nova
revolução de tanto impacto na sociedade como foi a industrial, no século XIX.
Só que ao invés de máquinas a vapor teremos informação e conhecimento como
molas propulsoras. E a Internet como plataforma de ligação da sociedade.
Disponível:
http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/nos-nao-precisamos-dessa-educacao-que-esta-ai/67317/.
Acesso:18/11/12
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